Depois
de quatro anos parado à espera de votação no Senado, a CCJ
(Comissão de Constituição e Justiça) da Casa aprovou nesta
quarta-feira projeto que estabelece o sistema de cotas raciais e
sociais nas instituições federais de educação superior. O projeto
determina que 50% das vagas nessas instituições sejam destinadas
aos alunos que estudaram em escolas públicas no ensino médio.
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Essas
vagas também têm que ser divididas proporcionalmente à quantidade
de negros, pardos e índios fixada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística) em cada Estado. Isso significa que, em
Estados onde a maioria da população é negra, grande parte das
vagas para alunos oriundos de escolas públicas será destinada a
estudantes que também têm origem negra.
Em
localidades como Santa Catarina, onde apenas 9% da população é
negra, a maioria das vagas será preenchida com base nas cotas
sociais, e não raciais. Já na Bahia, onde 73% da população é
negra, as vagas vão priorizar estudantes negros.
O
projeto também estabelece que, do total de 50% de vagas destinadas
às cotas, metade delas tem que ser reservada a alunos oriundos de
famílias que recebem até 1,5 salário mínimo por integrante --para
priorizar os estudantes de baixa renda do país.
Relatora
do projeto na comissão, a senadora Ana Rita (PT-ES) defendeu o
sistema misto de costas por considerá-lo mais justo ao país. A
senadora Marta Suplicy (PT-SP), que defendeu o relatório da petista,
disse que o Brasil precisa pagar a dívida que mantém com os
estudantes negros.
"Quantas
pessoas negras vieram do nada e hoje têm patrimônio e hoje são
senadores da República? Aqui temos um senador da República que se
diz negro. O preconceito existe. Nós temos uma dívida que, desde a
escravidão, não foi paga", afirmou Marta.
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