Para Neymar, a Argentina é duas coisas:
mistério e fracasso. Mistério porque nunca enfrentou um clube do país; o Vélez
Sarsfield, de Buenos Aires, será o primeiro. E fracasso porque foi lá que
Neymar viveu o que é bem raro em sua curta carreira vitoriosa: a derrota e a
frustração. No ano passado, viajou ao território vizinho para vestir a camisa
da seleção brasileira pela primeira vez em competição, mas frustrou-se a si e à
torcida após uma Copa América jogada sem brilho.
Nas quartas da Libertadores nesta
quinta-feira, às 22h, quando o Santos pega o Vélez, Neymar terá outra chance de
exibir futebol aos vizinhos e rivais. "Não foi uma decepção", afirmou
sobre o fracasso na Copa América, quando ele foi um atacante comum, e o Brasil
caiu ainda nas quartas. "Claro que eu fiquei muito triste, muito chateado,
mas foi um aprendizado grande", continuou antes de embarcar a Buenos
Aires. "Fiquei feliz por ter aprendido muito coisa. Estou voltando à
Argentina e espero poder fazer um belo jogo e trazer a vitória."
Na partida final, contra o Paraguai,
Neymar foi tão comum que chegou a ser substituído na etapa final, o que é raro.
Do banco, viu os colegas perderem a vaga às semifinais ao desperdiçarem quatro
cobranças de pênaltis. Depois daquele dia, o atacante voltou à Argentina para
um amistoso pelo Brasil contra a seleção local. O jogo em Córdoba acabou com
empate sem gols e sem graça.
O Santos campeão da Libertadores em
2011 fez toda a campanha sem cruzar com argentinos. "Não sei o que esperar
porque nunca joguei contra time de lá", declarou Neymar. Seus parceiros
compartilham a sensação de estar diante do desconhecido. "Não conheço o
ataque do Vélez especificamente", disse o capitão Edu Dracena. "Mas
sei que é um time bom".
O meia Paulo Henrique Ganso deu
resposta semelhante ao ser indagado sobre o que sabia do adversário. "Não
conheço bem o Vélez, mas o Muricy vai nos mostrar os vídeos e dizer qual é o
ponto fraco deles." O time só espera saber lidar com a histórica catimba argentina."Sabemos
que tem esse estilo todo da Libertadores, catimba, a coisa toda", afirmou
Dracena. "Mas estamos calejados em relação a isso. Espero que o jogo seja
só na bola, dentro de campo, um time querendo vencer o outro."
O confronto começou a esquentar antes mesmo
do apito inicial. O lateral Gino Peruzzi, responsável por marcar Neymar, deu
entrevista polêmica na segunda-feira. Ao jornal "Olé", Peruzzi
afirmou, entre risadas, que "quebraria" o brasileiro caso seja
driblado por ele. "Eu não ligo para essas coisas", declarou Neymar.
"Eu sempre parto pra cima. Tendo uma bola e um campo, parto pra
cima."
A novidade entre os relacionados ao
jogo é o versátil Gérson Magrão, que pode jogar no meio ou na lateral.
Folha de São Paulo
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