O fim da distribuição gratuita de sacolinhas plásticas nos supermercados de São Paulo tem gerado polêmica e diferentes opiniões sobre a nova regra. Divergências à parte, a proibição segue uma tendência crescente em várias partes do mundo.
São Francisco é considerada a cidade pioneira nos Estados Unidos em proibir o fornecimento de sacolas plásticas, desde 2007, apesar de ainda não existir uma regra nacional sobre a questão. Na capital Washington, a distribuição não é proibida, mas os supermercados são obrigados a cobrar por elas.
Bangladesh, na Ásia, tem uma das histórias mais antigas de proibição, que vigora desde 2002, depois que o entupimento de bueiros por plástico foi apontado como principal causa de uma inundação que devastou o país em 1998.
O varejo de toda China é obrigado a cobrar pelas sacolas desde 2008, o que representou uma queda de 50% no consumo destes produtos no país.
Medidas restritivas são comuns na Europa, embora as regras variem de um país para o outro. No Reino Unido, por exemplo, as sacolinhas não são proibidas, mas há um compromisso das grandes redes de reduzir o consumo. Lá, o acordo ajudou a diminuir em 40% o uso deste utensílio entre 2006 e 2009.
Na Irlanda, é cobrada uma taxa pelo uso de sacolinhas desde 2002, e em países como a Itália a distribuição é proibida. Em 2011, a União Europeia promoveu uma pesquisa de opinião sobre o uso das sacolinhas, respondida por 15 mil pessoas: 70% se manifestaram a favor da proibição da distribuição das sacolas.
Em São Paulo, cerne da discussão no Brasil, pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha revela que 57% dos paulistanos são a favor do acordo feito entre o governo do Estado e a associação que representa os supermercadistas para banir as sacolas plásticas gratuitas. O Datafolha ouviu 1.090 pessoas com 16 anos ou mais, em 26 e 27 de janeiro na capital paulista.
De fato, quando se fala em medidas restritivas, a tendência inicial é pela reprovação por uma parte significativa da sociedade, principalmente quando tratamos que algo interfere no conforto e na praticidade do cidadão.
O ideal é que a maioria da população tivesse a consciência de levar suas próprias sacolas retornáveis (as “ecobags”), sem a necessidade da criação de normas proibitivas. Mas, nos casos em que as campanhas educativas não surtem o efeito esperado, a restrição se faz necessária, principalmente em uma metrópole como São Paulo, onde regularmente ocorrem chuvas torrenciais, seguidas de inundações, muitas vezes provocadas pelo entupimento de bueiros.
A nova Lei estabelece que os supermercados devem oferecer uma alternativa gratuita para que os consumidores possam finalizar sua compra de forma adequada. Na melhor das hipóteses, o consumidor vai ganhar do supermercado uma caixa de papelão usada ou terá de comprar uma sacolinha biodegradável por R$ 0,19.
A busca pelo desenvolvimento sustentável é um objetivo necessário para um futuro melhor, e a redução do uso de sacolas plásticas faz parte deste processo.
Luiz Fernando Dal Pian
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